"É possível dizer que aquarelar a quatro mãos foi uma iniciativa após termos criado o Vale Plein Air. Um grupo coeso que a partir de suas histórias individuais, fez delas parte do trabalho coletivo, que resultou num acervo fácil para o observador vislumbrar a identidade de cada uma de nós, suas integrantes.

A epígrafe de Matisse nos conduz à dificuldade própria do artista que busca o acordo entre seu desenho, suas cores e seu sentimento. Como resolver tal problema num trabalho a quatro mãos? Pode-se pensar em um acordo entre desenho e cores, buscando uma harmonia compartilhada. Mas, e o sentimento? Fator pessoal e intransferível? É aí que compara-se à música, sim, a que se realiza numa orquestra formada por múltiplos instrumentos, músicos plenos em sua capacidade de ler e interpretar a partitura, com sua sensibilidade singela, o que diz seu compositor, sob a batuta do regente. Por fim, após muito treino, a troca de experiências entre os integrantes, encontra-se o equilíbrio necessário à harmonia pretendida."